''Elite do PCC'' na fronteira está na lista de foragidos de presídio paraguaio

Presos com arsenais e drogas, três dos presos ainda protagonizaram episódios polêmicos com a justiça do país vizinho

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Claudinei Predebon e Cícero Fernando durante última prisão, no meio do ano passado. Imagem: (Divulgação)

A lista de foragidos do Presídio de Pedro Juan Caballero, na divisa com Mato Grosso do Sul, tem nomes da “elite” PCC (Primeiro Comando da Capital) na fronteira. Na madruga deste domingo (19), 75 presos escaparam a penitenciária após escavarem túnel em uma das celas da unidade.

Em uma lista de foragidos divulgada pela polícia aparecem os nomes de 40 brasileiros, alguns envolvidos em episódios polêmicos com a justiça paraguaia.

Claudinei Predebon e Cícero Fernando de Lima Almeida se tornaram alvo de ações contra o PCC em 2017, quando foram flagrados com cocaína, armas e munições em uma casa de luxo em Pedro Juan Caballero.

Na época foram apreendidos 16 telefones celulares, uma caminhonete Mitsubishi Triton, duas pistolas calibre 9 milímetros marca Glock, de fabricação austríaca, cinco carregadores com capacidade para 17 disparos cada um, um carregador maior, com 30 cartuchos, 67 projéteis 9 mm, 20 cartuchos de fuzil calibre 5.56, 18 cartuchos calibre 357 e quatro caixas vazias de pistolas Glock.

Três meses depois da prisão, os dois foram liberados pelo juiz Édgar Gustavo Ramírez Rodas. O magistrado paraguaio soltou os traficantes com medidas alternativas, o que causou revolta na população da região. No meio do ano passado, a dupla voltou para a cadeia após ser surpreendida com duas pistolas 9 milímetros. Eles ainda são apontados como pistoleiros da facção criminosa.

No Brasil, Claudinei ainda foi condenado por matar atropelada uma menina de 1 ano e sete meses em Ponta Porã. O acidente aconteceu em março de 2013. Segundo denúncia do Ministério Público, ele dirigia uma F-250 e teria se distraído cumprimentando um conhecido quando atingiu a criança. A pena foi definida em três anos e três meses no regime semiaberto e ele está foragido da justiça brasileira desde o meio do ano passado.

Apontado como um dos principais chefes do PCC na fronteira, Timóteo David Ferreira também protagonizou polêmica entre justiça e polícia paraguaia. Depois de ser preso com fuzis e mais de mil munições, a juíza Librada Peralta liberou a internação do líder da facção em uma clínica médica mesmo com denúncias de um plano de fuga.

Na época, a polícia detectou informações sobre possível tentativa de resgate quando Timóteo fosse transferido para uma audiência no Tribunal de Justiça.

Timóteo foi preso com outros seis integrantes da facção em uma mansão de Pedro Juan Caballero, no dia 4 de maio de 2017. No local foram encontrados 15 celulares, três coletes à prova de bala, um fuzil marca calibre 5.56 com cinco carregadores, um fuzil AK47 calibre 7.62 com oito carregadores e um fuzil Fal calibre 7.62 com um carregador.

Também foram apreendidos mil cartuchos calibre 5.56, 500 cartuchos 7.62 e 12 munições de revólver calibre 357. Três carros, uma caminhonete e porções de maconha e cocaína também foram encontrados na mansão.

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David Ferreira estava preso por tráfico, associação criminosa e porte ilegal de arma - Foto: Reprodução

Fronteira em guerra

A guerra declarada na fronteira pela liderança no tráfico de drogas tem episódios de violência diários entre as cidades gêmeas Ponta Porã e Pedro Juan, mas também em diversas cidades próximas, do lado paraguaio.

A atuação do PCC na região se intensificou após a morte de Jorge Rafaat Toumani, apontado por vários anos como o chefe do crime organizado em Pedro Juan Caballero.

A polícia paraguaia acusa a facção paulista de ter se aliado ao também traficante brasileiro Jarvis Gimenez Pavão para eliminar Rafaat. Ele foi morto a tiros de armamento calibre .50, usado em táticas antiaéreas pelas Forças Armadas, no centro de Pedro Juan Caballero, na noite de 15 de junho. As informações são do Campo Grande News

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