Uma jaguatirica foi encontrada morta após ser atropelada na BR-262, nas proximidades do Buraco das Piranhas, em Corumbá. A cena foi registrada pelo DJ Thiago Ximenes, de 36 anos, que passava pelo local na noite desta sexta-feira (20) e se deparou com o corpo do animal no meio da pista, uma imagem que tem se tornado comum nas rodovias de Mato Grosso do Sul.
O artista contou que estava voltando para Corumbá quando se deparou com o animal . Antes de se aproximar, fez um reconhecimento do entorno para se certificar de que não corria riscos.
Por achar que o felino ainda era filhote e temendo que a mãe estivesse por perto, Thiago decidiu não retirar o corpo da pista. “Fiquei com medo de tirar ela da BR e a mãe aparecer do nada e me atacar”, explicou.
Thiago ainda relata que o animal parecia ter sido atropelado há pouco tempo. Essa foi a primeira vez que o DJ ficou cara a cara com uma jaguatirica. “Infelizmente, estava morta”, lamentou.
Risco constante nas estradas – Conhecida pela letalidade contra animais silvestres, a BR-262 fez mais uma vítima. Os atropelamentos de fauna são frequentes tanto nas rodovias federais quanto estaduais em Mato Grosso do Sul, e são tema recorrente nas reportagens sobre meio ambiente.
Entre maio de 2023 e abril deste ano, 2.300 animais silvestres foram atropelados em um trecho de 350 km da BR-262, que liga Campo Grande à ponte sobre o Rio Paraguai, cruzando os biomas Cerrado e Pantanal. Os dados são do Projeto Bandeiras e Rodovias, do ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres).
Em alguns pontos, já foram instaladas passagens subterrâneas para a fauna e sinalizações específicas. No entanto, ainda há muitos trechos sem qualquer estrutura para evitar atropelamentos.
Está em andamento uma licitação no valor de R$ 32,2 milhões para contratação de empresa responsável por executar um plano de mitigação de impactos na BR-262. O projeto deve ser realizado ao longo de 278,3 quilômetros da rodovia, justamente no trecho onde ocorreram os 2,3 mil atropelamentos.
O edital prevê a instalação de passagens suspensas para animais, portões para pedestres, pintura de setas e zebrados, além do controle da vegetação com roçada e capina manual.
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