Eleição mais curta e liberdade prometem pré-campanha pesada em Mato Grosso do Sul

Mudanças na legislação fizeram pré-campanha virar campanha eleitoral e pré-candidatos de MS já correm contra o tempo nas ruas

Cb image default
Lei eleitoral libera praticamente tudo da campanha convencional, com exceção dos gastos e pedidos de voto.

As eleições de 2020 terão novidades que já alteram o comportamento de futuros candidatos, cabos eleitorais e até eleitores em Mato Grosso do Sul. “Por conta da nova legislação, a pré-campanha virou campanha”, resume João Miras, especialista em marketing político. As regras atuais permitem praticamente todas as ações convencionais na chamada pré-campanha. Enquanto isso, no curto período oficial as proibições ficaram maiores.

Com isso, partidos políticos em Mato Grosso do Sul têm se organizado para que os candidatos iniciem o corpo a corpo com a população e possam sair na frente quando os pedidos de votos forem liberados, a partir de 16 de agosto.

No caso do interior do Estado, o ‘esquenta eleitoral’ permite que pré-candidatos consigam bater na porta de todos os eleitores de pequenas cidades, aponta o presidente do diretório regional do Patriota, deputado estadual Lídio Lopes.

“Quando define quem são os pré-candidatos nos municípios eles começam a fazer as pré-campanhas, montam projeto para discussão. Na verdade, torna-se uma campanha antecipada”, exemplifica. Na avaliação do dirigente, logo após a fase de organização dos diretórios e de definir onde há condições de disputar, é preciso ir na frente pra articular, montar grupos.

“Boi lerdo bebe água suja”, brinca o deputado, sobre a importância do início antecipado dos trabalhos junto ao eleitorado.

Com previsão de percorrer nove municípios do Estado no próximo final de semana, Lídio adianta que o Patriotas deverá ter de 13 a 15 candidatos a prefeito neste ano e manter a média de 55 chapas de vereadores das últimas eleições.

Para o presidente do diretório regional do PSD, senador Nelsinho Trad, a proximidade do relacionamento político com as bases eleitorais antes da deflagração oficial do processo eleitoral acaba sendo decisiva para o resultado das eleições. “E, na minha avaliação, esse momento serve para facilitar os entendimentos e a aplicação das estratégias futuras durante um processo de campanha eleitoral”, avaliou o senador.

Campanhas clássicas

Na avaliação de João Miras, os itens relacionados na Resolução n.º 23.610, de 18 de dezembro de 2019, permitem ‘a liberação para que tudo que se compreende por uma campanha política tradicional, clássica, seja feito’.

Entrevistas, eventos, divulgação de posicionamento pessoal, qualidades do candidato e seu histórico de atuação são permitidos, assim como o pedido de apoio político e a divulgação da pré-candidatura, das ações políticas desenvolvidas e das que se pretende desenvolver.

A norma restringe poucos pontos, sendo o principal deles que haja pedido explícito de votos. Segundo o TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), pré-candidatos também não podem efetuar gastos nesse período. No mais, andanças pelo Estado, reuniões e os demais ritos que antes eram usados no período de campanha estão liberados.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.