As cinco crianças afetadas diretamente pelo feminicídio de Salvadora Pereira, - sendo duas filhas da vítima e três filhos do autor do crime - deverão receber acompanhamento do Conselho Tutelar e do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Elas devem ser encaminhadas a familiares dispostos a oferecer suporte. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (4) pelo juiz responsável pelo caso, em Corumbá.
A determinação foi proferida junto à conversão da prisão em flagrante de José Cliverson Soares da Silva, autor do crime, em prisão preventiva. O juiz também autorizou a quebra de sigilo dos aparelhos telefônicos apreendidos com José, além do celular da vítima, para averiguar as mensagens trocadas por aplicativos e o restante do conteúdo armazenado nos dispositivos.
Salvadora Pereira foi assassinada com um tiro no rosto, disparado pelo companheiro, dentro da casa onde moravam. As cinco crianças, todas com menos de dez anos, presenciaram o crime. O filho mais velho do autor, de apenas 8 anos, foi quem acionou o Corpo de Bombeiros para socorrer a madrasta.
O crime ocorreu em uma fazenda na zona rural de Corumbá, neste domingo (3). Conforme o depoimento prestado à Polícia Civil, o autor afirmou que a discussão entre o casal começou por ciúmes. Ambos trabalhavam na fazenda, ele como encarregado e ela como cozinheira.
Segundo a versão apresentada por José, a vítima teria puxado sua camisa enquanto o xingava, e ele sacou o revólver da cintura para afastá-la. Ainda conforme o relato, o disparo foi acidental. O tiro atingiu o rosto de Salvadora, que ainda conseguiu falar e tentou estancar o sangramento com um pano.
O filho do autor utilizou o celular da madrasta para ligar ao Corpo de Bombeiros. A primeira orientação recebida foi para mantê-la acordada, mas, após alguns minutos, ela perdeu a consciência e já estava sem sinais de vida quando o socorro chegou.
Recorrente - José Cliverson já possuía histórico de violência. Em 2014, tentou matar uma mulher. Três anos depois, em 2017, voltou a cometer o mesmo crime contra outra companheira. Em 2021, agrediu fisicamente essa mesma mulher, com quem havia mantido um relacionamento anterior.
Este foi o 21º feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul somente neste ano. O caso segue sob investigação.
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