Anta foi encontrada morta atropelada no acostamento da BR-262, em Miranda, na manhã deste domingo (7/9). A cena triste, registrada pelo repórter fotográfico Jairton Bezerra, próximo à base da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Guaicurus, a 208 quilômetros de Campo Grande, mostrava o animal ao lado de urubus.
Apesar do flagrante, Jairton afirma ter percebido uma redução no número de animais atropelados nos últimos anos. “É até admirável. Anos atrás, havia mais mortes”, comentou.
A BR-262 é a rodovia que mais concentra atropelamentos de animais silvestres em Mato Grosso do Sul. Para tentar reduzir os impactos, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) instalou no mês passado duas novas passagens de fauna no trecho entre Aquidauana e Corumbá.
Segundo a bióloga Fernanda Abra, do ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres), as estruturas foram construídas sob a pista e serão cercadas para direcionar a fauna. “Elas integram o Plano de Mitigação da Fauna, que prevê dezenas de passagens para facilitar a travessia dos animais”, explicou.
Mesmo com essas medidas, os atropelamentos continuam frequentes. Entre maio de 2023 e abril de 2024, 2,3 mil animais silvestres morreram em um trecho de 350 quilômetros da BR-262 entre Campo Grande e a ponte sobre o Rio Paraguai, conforme levantamento do ICAS. Já entre 2017 e 2020, foram registradas 215,9 mil carcaças nas rodovias estaduais e federais do Estado.
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