Não é o momento de abolir o uso de máscara em MS, afirma infectologista

Mesmo após mais de um ano de pandemia, muitas pessoas ainda têm resistência em usar a proteção

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Pessoas utilizando a máscara de maneira errada. Foto: (Valdenir Rezende)

Mesmo que em outros estados o abolimento do uso de máscara já é debatido, em Mato Grosso do Sul a opinião sobre o assunto entre as autoridades e especialistas é unânime, o uso do protetor facial continuará até que mais pessoas estejam vacinadas.

O infectologista Rodrigo Nascimento Coelho afirmou ao Correio do Estado que o momento não é de trégua, e que o uso de máscara deve continuar, independente do local onde a pessoa estiver, seja ele aberto ou fechado.

“O uso da máscara foi indicado como proteção em doenças transmitidas por vias aéreas, o uso vai contra indicado quando não existir mais essa possibilidade de não contrair uma doença por via aérea em surto, ou seja, uma vez que não tenha mais surto da doença a máscara poderá ser suprimido', disse o especialista.

Coelho alerta que, ainda que exista a possibilidade de contrair a doença respiratória, a máscara é a melhor indicação.

“Por enquanto, pelo que eu vejo, mesmo que os números tenham diminuído, não chegou o momento de extinguir. Na vigência da possibilidade de ter a doença respiratória ela vai ser indicada, isso depende dos níveis de como a doença está no Estado', afirmou.

Em relação aos eventos que estão sendo realizados em Mato Grosso do Sul, nos quais não se é respeitado o uso de máscara e, muito menos, o distanciamento social, o infectologista é crítico e fala que desde o início da pandemia as medidas foram poucas vezes respeitadas.

“[As pessoas] não respeitaram desde o início. É uma doença de fácil transmissão, ainda mais com a variante Delta', disse.

Com as medidas de flexibilização o infectologista acredita que a tendência é de maior desrespeito.

“O desrespeito vai aumentar, principalmente as pessoas que usam como crachá, apenas para entrar no local. Além disso, a higienização das mãos também vai cair. O interessante é assimilar coisas boas, a higienização das mãos previne outras doenças, por exemplo', contestou.

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) disse ontem (4) que não existe previsão de quanto a população do Estado poderá deixar de usar a proteção fácil.

'Ainda não temos previsão, para não termos que dar um passo atrás como alguns países, que revogaram o uso da máscara e tiveram que voltar atrás, acho que nós temos que entender os períodos e respeitá-los para podermos progredir'.

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, também concorda que o uso da máscara em Mato Grosso do Sul continuará até que toda a população tenha recebido doses do imunizante.

'Grande parte da população é favorável às máscaras, então vamos continuar preconizando as máscaras, que é um instrumento fundamental para evitar o contágio do coronavírus', disse o titular da Pasta.

O uso da máscara é uma determinação do Ministério da Saúde desde abril de 2020. Mesmo após um ano em meio utilizando a proteção fácil, muitas pessoas usam de maneira incorreta, como no queixo, pescoço, pendurada na orelha ou folgada.

Uso correta da máscara:

Especialistas alertam que a troca deve ser feita, se possível, a cada duas horas. Além disso, caso a proteção fique úmida, deve ser trocada imediatamente.

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