Publicado em: 03/11/2025

MS sai da lista dos piores estados para dengue após aposta em “mosquito do bem”

No Estado são 295 casos por 100 mil habitantes, enquanto em São Paulo a proporção é de quase 2 mil casos

CampoGrandeNews, Ângela Kempfer
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Mosquitos que transmitem a doença sobre pano amarelo (foto: arquivo)

Mato Grosso do Sul saiu da lista das unidades com maior incidência da doença no país e mantém tendência de queda. O Estado não está na lista de principais alvos de campanha lançada pelo Ministério da Saúde, que prepara uma nova mobilização em todo o país. Segundo o governo, as maiores preocupações hoje são com maior número de casos prováveis de dengue em São Paulo (890 mil), Minas Gerais (159,3 mil), Paraná (107,1 mil), Goiás (96,4 mil) e Rio Grande do Sul (84,7 mil).

No próximo sábado (8), será realizado o Dia D de combate à dengue, com ações simultâneas para conscientizar gestores, profissionais da saúde e a população sobre a importância de eliminar criadouros do mosquito antes do período mais crítico, entre novembro e maio.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que, embora o país registre queda no número de casos, o alerta deve continuar. “A gente age ao longo de todo o ano, mas agora é a oportunidade de voltarmos a chamar a atenção da população para evitarmos qualquer tipo de crescimento no número de casos”, disse ao lançar a campanha “Não Dê Chance para Dengue, Zika e Chikungunya”.

Veja a proporção de casos pelos estados em comparação com Mato Grosso do Sul

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De janeiro até agora, o Brasil contabilizou 1,6 milhão de casos prováveis e 1.688 mortes por dengue, reduções de 75% e 72%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2024. O Ministério da Saúde alerta, porém, que o aumento das chuvas e do calor pode favorecer a proliferação do mosquito e provocar nova escalada de infecções nos próximos meses.

Segundo o secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Fabiano Pimenta, cerca de 30% dos municípios brasileiros ainda estão em estado de alerta. Ele reforça que o combate depende da participação direta da população. “Mais de 80% das larvas do Aedes aegypti estão dentro das casas, em vasos, pneus, garrafas, calhas, caixas d’água e até em folhas de plantas”, destacou.

Entre as medidas federais estão o envio de insumos e equipamentos, reforço na assistência com equipes da Força Nacional de Saúde e instalação de centros de hidratação nas regiões com maior incidência da doença.

O ministro Padilha também anunciou avanços na vacina nacional contra a dengue, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês WuXi Biologics. A expectativa é que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) conclua a análise até o fim de 2025, liberando o uso do imunizante em 2026.

“O calendário será cumprido. Teremos o registro da vacina 100% brasileira até o final deste ano, para reforçar o Programa Nacional de Imunização no próximo”, afirmou o ministro.

Dados de MS

O estado confirmou 8.252 casos de dengue em 2025 até a 43ª semana epidemiológica, com 18 mortes e sete óbitos em investigação, segundo boletim da SES (Secretaria Estadual de Saúde) divulgado na semana passada

A melhora ocorre em meio à intensificação das ações de controle e à conclusão do Projeto Wolbachia, iniciado em 2020 e encerrado nesta quarta-feira (3). A iniciativa consiste na soltura de mosquitos Aedes aegypti com uma bactéria capaz de impedir a transmissão de dengue, zika, chikungunya e febre-amarela. Agora, o método será monitorado pelos próximos dois anos para avaliar sua eficácia em reduzir casos em Campo Grande.

No ano passado, a capital sul-mato-grossense recebeu a liberação de 112 milhões de mosquitos em 74 bairros e sete regiões, beneficiando cerca de 950 mil pessoas.